Simpósio de Cirurgia de Cabeça e Pescoço no ES treina profissionais da atenção primária
A apresentação das estatísticas, dos principais sinais do câncer e os tratamentos da doença foram debatidos com profissionais que atuam na atenção primária da saúde durante o III Simpósio de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, realizado em Vitória junto com o II Congresso de Oncologia da Afecc - Hospital Santa Rita. O Simpósio foi no dia 02/09 e contou com a participação do presidente da SBCCP, Dr. Marco Aurélio Kulcsar.
Entre os muitos dados apresentados no Simpósio, o avanço do câncer de orofaringe, em função da incidência da infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV) foi um deles. Grande número de casos está ocorrendo em pacientes mais jovens de ambos os sexos devido à prática de sexo oral desprotegido e de relações sexuais com múltiplos parceiros.
As formas de tratar esse tipo de câncer, as mutilações causadas pelo tratamento em fase tardia (quando o paciente procura o médico em fase avançada da doença), foram abordados pelos especialistas Dr. José Roberto de Podestá (ES) e Dr. Marco Kulcsar (SP).
Dr. Podestá falou, para um auditório com muitos cirurgiões dentistas, sobre a importância deles na identificação de lesões potencialmente cancerígenas. Ele apresentou imagens e discorreu sobre formas de identificar essas lesões. Segundo o médico, lesões superficiais e pequenas, com até dois centímetros e quando descobertas no início, têm chances de cura que chegam a 95%. Os casos mais graves, com lesões acima de quatro centímetros, são bem mais difíceis de tratar e as chances de cura caem consideravelmente.
O médico que atua no Hospital Santa Rita, unidade de referência no Espírito Santo para o tratamento de câncer, disse que os casos gerais de câncer de cabeça e pescoço estão avançando e que os novos arranjos de gestão do Estado, até o momento, comprometem ainda mais a situação. “Boa parte dos pacientes ainda chega em estágio avançado da doença”, disse Dr. José Roberto de Podestá.
Já o câncer de orofaringe foi abordado por Dr. Marco Kulcsar que também ressaltou a importância de manter a atenção para os primeiros sinais da doença e de o paciente ser encaminhado, o mais precocemente possível, ao especialista em cirurgia de cabeça e pescoço. “Cada doente é único e precisa ter o tratamento voltado para o seu caso específico”, ressaltou Kulcsar.
A importância da detecção precoce foi tema também da fonoaudióloga Willene Zorzaneli, que apresentou um estudo sobre o custo do tratamento de pacientes nos primeiros e nos estágios mais avançados do câncer de cabeça e pescoço. Em média, segundo ela, os casos mais leves podem custar para o Estado cerca de R$ 15 mil e os mais avançados podem superar os R$ 113 mil.
Tratamento do câncer de laringe
Outro tema do evento em Vitória, foi do tratamento do paciente que teve câncer de laringe e comprometeu ou retirou as cordas vocais. Segundo a fonoaudióloga Kadygie Milli Martins (ES), que atua na reabilitação de pacientes laringectomizados no Hospital Santa Rita, esse paciente tem condições de voltar a falar, “com a voz bastante alterada, mas com capacidade de se comunicar verbalmente”.
Dependendo do tipo de tratamento e das condições clínicas do paciente, a reabilitação é feita por meio da voz esofágica, que é uma técnica que utiliza os tecidos naturais do corpo como a nova origem da voz, fazendo com que a pessoa degluta pequenas quantidades de ar a utilize para produzir a voz.
Em seu trabalho diário com pacientes laringectomizados, Kadygie possui inúmeros casos de sucesso. Prova de que a reabilitação da fala é possível, a Afecc -Hospital Santa Rita possui o Coral dos Laringectomizados, formado por pacientes e ex-pacientes do Hospital. Parte dos integrantes desse coral se apresentou, quinta-feira (dia 1º), na abertura do Congresso, cantando músicas bem conhecidas do público.
Na avaliação do Presidente da SBCCP, “foi muito positivo o Simpósio ter se dedicado ao treinamento de agentes de saúde, dentistas e outros profissionais visando a detecção precoce do câncer de cabeça e pescoço. Quanto mais cedo o diagnóstico, menor o custo do tratamento e maiores as chances de cura. Na parte da manhã, foi realizado o debate com os profissionais da assistência primária, e à tarde, a troca de informações entre os especialistas, mas também aberto aos demais interessados. Um modelo muito interessante e produtivo”.
Dr. Ricardo Mai, Dr. José Roberto de Podestá, Dr. Evandro Duccini, Dr. Marco Aurélio Kulcsar, Dr. Jeferson Lenzi
Já está disponível para leitura o Suplemento Especial da revista Brazilian Journal of Otorhinolaryngology (BJORL), com 31 artigos selecionados da Archives of Head and Neck Surgery, publicaç&...
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