Pacientes com câncer de mama têm maior risco de ter câncer de tireoide e vice-versa
Estudo feito na Universidade de Columbia (EUA), divulgado em 2015, e outros realizados em instituições internacionais de pesquisas sobre câncer mostram que as pacientes que tiveram câncer de mama apresentam maior risco de desenvolver câncer de tireoide, principalmente nos primeiros cinco anos após o tratamento. E aquelas que tiveram tumor maligno na tireoide também apresentam maior risco de desenvolver câncer de mama.
“Esta relação bidirecional sugere uma causa comum, no entanto, a explicação para essa associação ainda é desconhecida e vem sendo pesquisada”, informa Dra. Ana Cecília Almeida, cirurgiã de cabeça e pescoço.
O importante no momento, complementa Dra. Aline Viana, também cirurgiã de cabeça e pescoço, é incluir a ultrassonografia de tireoide entre os exames de seguimento, com maior vigilância nos primeiros anos após o tratamento, para as pacientes que tiveram câncer de mama.
Outra atenção importante, alerta Dra. Ana, é para as mulheres que apresentam hipertireoidismo ou hipotireoidismo. “Embora ainda seja controverso, a maioria dos estudos demonstra que mulheres com hiper ou hipotireoidismo parecem ter risco aumentado de desenvolver câncer de mama”, informa a médica.
O QUE FAZER? - Ficar atenta aos sinais do corpo e fazer exames regularmente é imprescindível para a detecção e o tratamento precoces do câncer. De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres de todas as regiões do país, sendo responsável por aproximadamente 29% de todos os tipos de câncer na população feminina. Já o câncer de tireoide representa cerca de 5%, sendo o quinto tipo de câncer mais comum nas mulheres brasileiras.
Tanto do câncer de mama quanto o de tireoide são muito comuns na população feminina, porém com comportamentos bem diferentes. O tumor de tireoide, na sua forma mais prevalente, apresenta um comportamento menos agressivo que o de mama.
Ambos, no entanto, são assintomáticos em estágios iniciais, sendo diagnosticados, na maioria das vezes, nos exames de rotina, como mamografia e ultrassonografia cervical. Por isso a importância de procurar orientação médica e seguir as prescrições e exames recomendados.
No que diz respeito à ultrasonografia de tireoide, a recomendação é para ser feita se houver nódulo palpável no exame físico ou na suspeita de algum nódulo na glândula, principalmente em pacientes com antecedentes de radioterapia na região cervical. A exceção é para os casos de mulheres que tiveram câncer de mama. Estas devem realizer a ultrassonografia de tireoide como exame de seguimento.
MITO – No que diz respeito aos exames, esclarece Dra. Aline, existe um grande mito em relação à realização da mamografia e o desenvolvimento do câncer de tireoide. A mamografia é um exame de extrema importância para o rastreamento e o diagnóstico precoce dos tumores da mama, já que ele identifica aqueles nódulos muito pequenos, em fase inicial e ainda não palpáveis.
“A dose de radiação para a tireoide durante uma mamografia é extremamente baixa, sendo equivalente a 30 minutos de exposição à radiação proveniente das fontes naturais (o meio ambiente emite radiação natural - materiais radioativos existentes no solo, nas construções, nos alimentos, na água e no ar). Portanto, a dose recebida pela tireoide durante um exame de mamografia pode ser considerada insignificante”, esclarece a médica.
Ela também esclarece que o uso do protetor de tireoide durante a mamografia pode interferir no posicionamento da mama e gerar sobreposição - fatores que podem reduzir a qualidade da imagem, interferir com o diagnóstico e levar à necessidade de repetições de exames, aumentando a dose de radiação. Isso significa que o uso do protetor de tireoide não é recomendado durante a mamografia”, reforça Dra. Aline.
As médicas alertam que quanto mais cedo o câncer for diagnosticado, maiores as chances de cura.
Organizado pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço (SBCCP), o curso foi direcionado aos médicos e acadêmicos com interesse em laringologia
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