O VALOR DA MULTIDISCIPLINARIDADE E DA ATUAÇÃO DE CADA ESPECIALISTA
Todos os profissionais são importantes, mas cada um atuando na sua área específica, levando o que há de melhor e de mais seguro para o paciente. A saúde e o bem-estar do próximo devem ser os focos de quem trabalha na saúde pública e privada.
Nesse contexto, a multidisciplinaridade é muito importante e, em muitos casos, essencial para a melhor, mais rápida e mais completa recuperação do paciente. Na especialidade de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, por exemplo, trabalhar em parceria com psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, dentistas e médicos de outras especialidades, como oncologistas, otorrinolaringologistas e dermatologistas, só para citar alguns, é de fundamental importância.
Sem medo de errar, digo que nas outras especialidades médicas a multidisciplinaridade é igualmente importante, com cada especialista atuando na sua área, formando um conjunto de ações que compõem o tratamento. As parcerias entre instituições também merecem incentivo, levando sempre em consideração a defesa da saúde do paciente e das prerrogativas profissionais.
Chega de desrespeito!
No final do ano passado, publicamos Nota de Repúdio contra a prática, por profissionais não médicos, de lipoaspiração na região do pescoço (a chamada lipo de papada) e demais outros procedimentos estéticos realizados sem a devida formação médica.
Também no ano passado, o CRM-SC e CRO-SC ingressaram com ação judicial contra um dentista que, indo além de suas competências e na contramão do que prega o seu conselho profissional, realizava procedimentos estéticos e cirúrgicos não permitidos pela sua formação, como a Rinoplastia (cirurgia plástica do nariz), ato privativo da área médica e vedado expressamente pela Resolução do Conselho Federal de Odontologia (CFO) nº 230/2020.
É preciso lembrar que exemplos como desse dentista de Santa Catarina não representam essa categoria profissional, sempre tão importante para a saúde da população e sempre um aliado fundamental para a primeira identificação de lesões na boca e pelo encaminhamento desses pacientes aos cirurgiões de cabeça e pescoço para a melhor análise do caso.
Agora, neste mês de fevereiro, a realização de procedimentos estéticos por profissionais não médicos levou a Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional ES e o Conselho de Medicina daquele estado a se unirem em campanha para alertar a sociedade a NÃO realizar procedimentos estéticos com profissionais que não estejam preparados para prestar o devido atendimento. Notícias de danos a pacientes, alguns irreparáveis, são cada vez mais frequentes.
Entidades médicas
Além de denunciarmos as irregularidades ao Conselho Federal de Medicina (CFM) e estarmos, junto com a Associação Médica Brasileira (AMB), em busca de alternativas para inibir e, preferencialmente, coibir o exercício ilegal da medicina, sugerimos a união de todas as entidades médicas e dos conselhos profissionais para somarmos força no combate ao exercício ilegal de cada profissão ligada à saúde.
Entendemos que, unindo forças, alcançaremos resultados melhores em todos os níveis de esclarecimento, evitando, inclusive, a necessidade de ações como a adotada pelo Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), que se viu na obrigação de ingressar, em janeiro deste ano, com representação no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e na Corregedoria do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em face de um desembargador federal responsável por conceder liminar a profissionais não médicos para realizar procedimentos privativos aos médicos, mesmo existindo resoluções claras a respeito das prerrogativas médicas.
O desrespeito ao profissional, ao paciente e à sociedade como um todo está extrapolando o limite do bom-senso. E esse tipo de desrespeito pode provocar danos irreparáveis à saúde de quem se submete às aventuras de profissionais não qualificados.
Marco Aurélio Kulcsar
Presidente da SBCCP
08 de fevereiro de 2022
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